segunda-feira, 18 de maio de 2009

Em que campos pode trabalhar um semioticista?

Estudamos os signos como parte de nosso curso, mas será que alguém trabalha só com isso?
Não só nós, como muitos têm essa dúvida.

Como a semiótica se presta ao estudo dos mais variados tipos de linguagem e significação, um(a) semioticista pode atuar nas mais diversas áreas, como:

- comunicação de um modo geral; publicidade e propaganda, especialmente quanto à análise e desenvolvimento de marcas;
- biologia, como pesquisador(a) dos processos de comunicação celulares, por exemplo;
- tecnologias da informação etc.

Enfim, todo e qualquer campo que envolva o estudo e/ou a aplicação de processos/técnicas comunicacionais.

Tipos de Semiótica

Segundo o livro "Handbook of Semiotics", de Nöth, a Semiótica se divide em:

Semiótica peirceana (Peirce)

Foco de atenção: universalidade epistemológica e metafísica. Nas palavras de Santaella: "uma teoria sígnica do conhecimento que busca divisar e deslindar seu ser de linguagem, isto é, sua ação de signo" (p.14, op.cit).

Semiótica estruturalista/Semiologia (Saussure; Lévi-Strauss; Barthes; Greimas)

Foco de atenção: signos verbais.

Semiótica russa ou semiótica da cultura (Jakobson; Hjelmslev; Lotman)

Foco de atenção: linguagem, literatura e outros fenômenos culturais, como a comunicação não-verbal e visual, mito, religião.

Por que há vários tipos de semiótica?

As "semióticas" se voltam à investigação de signos e/ou significação. O que diferencia um tipo de semiótica de outro é a concepção e a delimitação de seu campo de estudo. Assim, essa variedade foi construída à medida que os estudos divergiam em seus pressupostos.

Ferdinand de Saussure (1857-1913)

Um outro autor, considerado pai da semiologia, por ser o primeiro autor a criar essa designação e a designar o seu objeto de estudo, é Ferdinand de Saussure (1857-1913). Segundo este, a existência de signos - a singular entidade psíquica de duas faces que cria uma relação entre um conceito (o significado) e uma imagem acústica (o significante) - conduz à necessidade de conceber uma ciência que estude a vida dos sinais no seio da vida social, envolvendo parte da psicologia social e, por conseguinte, da psicologia geral. Chamar-lhe-emos semiologia. Estudaria aquilo em que consistem os signos, que leis os regem.

A concepção de Saussurre relativamente ao signo, ao contrário da de Peirce, distingue o mundo da representação do mundo real. Para ele, os signos (pertencentes ao mundo da representação) são compostos por significante - a parte física do signo - e pelo significado, a parte mental, o conceito. Colocando o referente (conceito correspondente ao de objeto por Peirce) no espaço real, longe da realidade da representação. Para Saussure (com exceção da onomatopeia), não existem signos motivados, ou seja, com relação de causa-efeito.

Divide os signos em dois tipos: os que são relativamente motivados (a onomatopeia, que em Peirce corresponde aos ícones), e os arbitrários, em que não há motivação. Leia-se que esta motivação é a tal relação que Peirce faz entre representação e objeto e que, na visão de Saussure, parece não fazer sentido.

fonte: Wikipédia

Charles Sanders Peirce (1839-1914)

Era filho de Benjamim Peirce, na época um dos mais importantes matemáticos de Harvard.
Charles Sanders Peirce licenciou-se em ciências e doutorou-se em Química em Harvard. Ensinou filosofia nesta universidade e na Universidade de John Hopkins. Foi o fundador do Pragmatismo e da ciência dos signos, a semiótica. Antecipou muitas das problemáticas do Círculo de Viena.

Além dos títulos descritos, Peirce também era matemático, físico e astrônomo. Dentro das ciências culturais estudou particularmente Linguística, Filologia e História, com contribuições também na área da Psicologia Experimental. Estudou praticamente todos os tipos de ciência em sua época, sendo também conhecedor de mais de dez idiomas.

As áreas pelas quais é mais conhecido, e às quais dedicou grande parte de sua vida e estudos, são a Lógica e Filosofia. Propôs aplicar nesta última os métodos de observação, hipóteses e experimentação a fim de aproximá-la mais das características de ciência.

Peirce concebia a Lógica dentro do campo do que ele chamava de teoria geral dos signos, ou Semiótica. Os últimos 30 anos de sua vida foram dedicados a estudos acerca da Semiótica, para Peirce um sistema de lógica. Produziu cerca de 80.000 manuscritos durante a vida, sendo que 12.000 páginas foram publicadas.

A Semiótica Peirciana pode ser considerada uma Filosofia Científica da Linguagem. A Fenomenologia é a ciência que permeia a semiótica de Peirce, e deve ser entendida nesse contexto. Para Peirce, a Fenomenologia é a descrição e análise das experiências do homem, em todos os momentos da vida. Nesse sentido, o fenômeno é tudo aquilo que é percebido pelo homem, seja real ou não.

Para ele, o Homem significa tudo que o cerca numa concepção triádica, e é nestes pilares que toda a sua teoria se baseia. Num artigo intitulado “Sobre uma nova lista de categorias”, Peirce, em 14 de maio de 1867, descreveu suas três categorias universais de toda a experiência e pensamento. Considerando tudo aquilo que se força sobre nós, impondo-se ao nosso reconhecimento, e não confundindo pensamento com pensamento racional, Pierce concluiu que tudo o que parece a consciência, assim o faz numa gradação de três propriedades que correspondem aos três elementos formais de toda e qualquer experiência. Essas categorias foram denominadas:

- Qualidade;
- Relação;
- Representação.

Algum tempo depois, o termo Relação foi substituído por Reação e o termo Representação recebeu a denominação mais ampla de Mediação. Para fins científicos, Pierce preferiu fixar-se na terminologia de Primeiridade, Segundidade e Terceiridade, que já foram explicadas neste blog.

Origens

É importante dizer que o saber é constituído por uma dupla face. A face semiológica ou semiótica (relativa ao significante) e a epistemológica (referente ao significado das palavras).
A semiótica tem, assim, a sua origem na mesma época que a
filosofia e disciplinas afectas. Da Grécia até os nossos dias tem vindo a desenvolver-se continuamente. Porém, posteriormente, há cerca de dois ou três séculos, é que se começaram a manifestar aqueles que seriam apelidados pais da semiótica (ou semiologia).
Os problemas concernentes à semiótica podem retroceder a pensadores como
Platão e Santo Agostinho, por exemplo. Entretanto, somente no início do século XX com os trabalhos paralelos de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, a semiótica começa a adquirir autonomia e o status de ciência.

fonte: Wikipédia

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Fotografia

É uma interpretação do mundo.
As imagens fotográficas são um vestígio (índice) calçado no real. Os objetos da foto existem, mesmo nós não os conhecendo. Toda imagem é um signo, pois porta uma informação.
A foto pode ser ícone, índice e símbolo.

Signo

O singo é algo que está por outra coisa representado.
A linguagem, por exemplo, é toda composta por signos.
Para a compreensão, a mente produz um signo, ou seja, um pensamento como mediação entre nós e os fenômenos. A leitura sígnica depende de cada um, de sua interpretação e sua bagagem intelectual, pois cada signo tem várias verdades.
Mas há signos como os números, por exemplo, que são imutáveis.

Tipos de signos

Ícone: representa o objeto por similaridade; possui as mesmas características do objeto e funciona comoum "eco".
Ex: quadros, esculturas, desenhos, um risco, fotos, metáforas (olhos de lince, por exemplo)

Índice: funciona indicando uma outra coisa com o qual está ligado por proximidade.
Ex: um dedo apontando algo, uma batida na porta, fumaça (indica fogo), catavento (indica a direção do vento), impressão digital.

Símbolo: proposta artificial. Signo por convenção, lei. Está no campo da terceiridade e refere-se à mente, à razão. Tem índice e ícone por parte dele.
Ex: cor verde (símbolo da esperança)
uma senha, um estandarte, uma insígnia.

Fenomenologia

Um fenômeno é tudo aquilo que aparece à mente, de forma interna (em nós) ou externa.

Há três categorias consideradas por Peirce como universais. São elas:

Primeiridade
Secundidade
Terceiridade

A primeiridade é um mundo de possibilidades. Ela é em si mesma sem relação com o outro. Tem o poder de ser, pois ainda não é. Vem de dentro e não é articulada ou pensada.
É a primeira sensação que nos toma diante de algo, alguma situação.
O primeiro é tal qual é, independente de outra coisa, é intransferível. Nem sempre é abstrato. É Monádico.

Ex:
- Experiências místicas
- Ausência quando acordamos e não sabemos onde estamos ou ficamos sem noção de horário
- Experiência estética na arte
- Qualidade de sentir um cheiro, um sabor pela primeira vez.

A secundidade está baseada em um conflito. Ação e Reação de um fato concreto. da realidade. É um estado de choque. surpresa, luta, conflito profundo. O segundo é um existente, tem relação com o outro. Nela há consciência de reação, usa-se a memória (lembrar do que já foi ocorrido).
Romper a quietude, a passividade, para poder reagir. É didática.

Ex:
A Aluna tentou abrir a janela e não conseguiu.
. Primeiridade Secundidade

Já na terceiridade há interpretação e mediação do pensamento articulado. O terceiro une o primeiro e o segundo mediante uma ação inteligente. Diante do fenômeno, a consciência produz um signo. è na terceiridade que temos o signo.

Alguns Conceitos Básicos de Semiótica



A palavra SEMIÓTICA vem do grego semeion, que significa SIGNO.
o Signo é algo que é representado através de algo.
ex: casa (o objeto)
um desenho dessa mesma casa (signo)

Não confunda!

Semiótica: O fundador se chama PEIRCE. Estuda todos os tipos de signos existentes.
Semiologia: O fundador se chama SAUSSURE. Estuda apenas signos expressos e escritos.

Denotacão e Conotação

Denotação: um só significado, no sentido literal.
Conotação: vários significados, no sentido oculto.
ex: MAÇÃ -> denotação -> fruta
-> conotação -> tentação, pecado

terça-feira, 12 de maio de 2009

Bom, este vídeo apesar de ser muito simples, sem muitos efeitos, com um conteúdo básico pra não se dizer "pobre", (hehehehehe) tem um final que mostra bem como alunos que estão iniciando nos estudos de semi-ótica se sentem. Além disso, também tem a ver com o título do nosso blog, "Semicaótica", então não pudemos deixar esse de fora.



Este vídeo foi apresentado no curso de pós graduação em Comunicação, Publicidade e Negócios na CESUMAR em Maringá - PR, pelo aluno Samuel Lamberti.
Nesse vídeo vemos um pouco sobre semi-ótica e sobre alguns dos principais atores nos estudos sobre semi-ótica, Peirce, Sausurre, Jakobson, Bakhtin e Lotman.

Enjoy it.

=]

Olá

Para abrir as postagens em nosso blog, vamos começar com esse vídeo muito interessante, produzido por alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Mato Grosso.
Esse vídeo trata sobre primeiridade, secundidade e terceiridade de uma forma bem simples e objetiva, usando temas que foram notícia no Brasil e no mundo.